quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mundo dos "famosos"

Ontem ao assistir o programa do Jô, uma frase simples numa entrevista com o Selton Mello me chamou muita atenção. Não me lembro ao certo das palavras que ele usou, mas estava comentando sobre um projeto de filme sobre a vida de um palhaço, muito mais profundo que isso, o fato de o palhaço viver fazendo as pessoas rirem, mas quem iria fazê-lo rir? E naquele momento percebi que era justamente isso que aquele ator sentia; e fiquei impressionada ao perceber que as pessoas nem notam esse sentimento dentro dele, simplesmente acham tudo maravilhoso, uma entrevista ótima, e ele lindo de morrer.
Todo mundo admira o trabalho daquele ator, mas muitos esquecem que ali por trás há um homem comum, com sentimentos; e que muitas vezes todo esse “glamour” que a profissão dele traz não ajuda, e sim, atrapalha, deixa-o confuso. Será que é tão bom assim ter uma vida que você sabe que está a todo tempo sendo vigiado; em que os fofoqueiros de plantão se matam para conseguir descobrir algo da sua intimidade e sair divulgando pra toda uma nação. Até onde vale a pena tudo isso? Com certeza, muitas vezes durante a vida, e principalmente durante a carreira, essas pessoas devem se perguntar.
Você começa a trabalhar e entra num mundo que não é tão fácil de sair. Por mais que você queira considerar aquilo uma profissão comum, cada vez mais você está se afundando naquele mundo. Só que chega um momento, você para e pergunta: “Eu estou trabalhando, e o fruto deste trabalho é distrair as pessoas, trazer um pouco de felicidade para a vida delas; eu me esforço cada vez mais, e deixo de viver a minha própria vida para viver a vida daqueles personagens; as pessoas admiram o meu trabalho e se envolvem a tal ponto com ele, que passam muitas vezes a não saber distinguir a pessoa do personagem; e nesse momento eu me esqueço de viver a minha própria vida, e aqueles que estão ao meu redor esquecem que eu tenho essa vida... E quem é que vai viver para trazer a alegria para a vida que eu mesmo estou esquecendo-me de viver?”
Ser famoso, com certeza não é a 8ª maravilha do mundo. Talvez o Selton esteja seguindo o caminho certo quando pensa em estar atrás das câmeras, vivendo no mundo dos contos de fadas, num lugar em que possivelmente seja mais “normal”; talvez, o problema é saber viver quando se entra nesse mundo tão distante onde se enquadram os artistas. Eu não sei. Talvez um dia eles descubram, talvez eles nunca consigam viver de verdade; o que é uma pena, porque viver é o melhor presente que nós pudemos receber de Deus. E será que eles conhecem esse mundo que Deus nos deu...? A pergunta fica no ar. Provavelmente nunca vou ter uma resposta, e espero que um dia o Selton, assim como muitos outros, consiga recuperar a alegria da vida que se perdeu em seus olhos, num momento em que ninguém percebeu.


Jamille Carvalho
10 de junho de 2009.

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